quarta-feira, 29 de maio de 2019

Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, a Canudos cearense

 Comunidade localizada no interior do Ceará guarda uma história de luta e sofrimento em busca de um sonho.
Sítio Caldeirão 

 Fundado pelo beato José Lourenço oriundo do estado da Paraíba, veio ao cariri cearense atraído pelo "milagre de juazeiro" onde uma ostra teria virado sangue na boca da beata Maria de Araújo, chegando em Juazeiro do norte zé lourenço como era conhecido teve um encontro com o Padre Cicero Romão Batista atual pároco da cidade.

  Depois de receber um conselho do "Padim Ciço" ele arrenda terras no sítio Baixa Dantas, localizado na zona rural da cidade do crato. 
Em 1914, houve uma revolta entre as cidades de Juazeiro e Fortaleza revolta essa que ficou conhecida como sedição de Juazeiro.

    O beato Jose Lourenço não entrou nos combates. Mas o exército do governo passou pelo sítio e fez destruições que acabaram danificando a comunidade. Quando a guerra terminou, o beato retornou para o sítio e recomeçou tudo. Em 1926, o padre cicero mandou o Beato juntar as famílias para ocupar as terras do Sítio Caldeirão. Essas terras de propriedade do "Padim Ciço", fica na Serra do Araripe no município do Crato. Era chamado de Caldeirão, devido a grande concentração de pedras que conservava água até na época da seca.

    A comunidade do caldeirão da santa cruz do deserto era formada por grupos excluídos da sociedade como agricultores sem terra, retirantes, flagelados da seca e trabalhadores. Na comunidade as tarefas eram divididas igualmente entre todos, no sitio tinha escola para os mais novos tendo em vista que a alfabetização era uma preocupação do beato zé lourenço para com as pessoas da comunidade.


Beato José Lourenço com dois seguidores
      Outro fator importante é que todos tinham acesso aos bens da comunidade, a produção era de todos e repartida de acordo com a necessidade de cada um igualmente para todos. Em pouco tempo o trabalho de tantos agricultores conseguiu transformar o sítio caldeirão em uma terra muito produtiva no sertão do cariri. Lá também os moradores produziam as ferramentas de trabalho, roupas e calçados. 

Flagelados da comunidade

     Os políticos e donos da terra não viam com bons olhos a concentração de trabalhadores na comunidade, que além de não pagarem tributos, dificultava a mão de obra barata nos grandes latifúndios da região. Em 1937, acusados de comunistas e sem a proteção de Padre Cícero , que falecera em 1934,a fazenda foi invadida , destruída e os moradores divididos, ressurgindo novamente pela mata em uma nova tentativa de resistência,a qual em 11 de maio foi invadida novamente, mas dessa vez por terra e pelo ar, quando aconteceu o grande massacre, com o número oficial de 400 mortos. Foi a primeira ação de extermínio do Exército Brasileiro, e Policia Militar do Ceará. Onde ficou marcado o primeiro ataque aéreo da história do Brasileira.  











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